sábado, 23 de abril de 2011

Cultura Egípcia e Embalsamento

Cultura do Egito

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Tutankhamon

A Cultura do Egito envolve muitas nuances, de acordo com cada período histórico do país.

É impossível falar da cultura do Egito sem antes pagar um justo tributo a um fator natural que foi preponderante para o desenvolvimento da civilização egípcia em uma estreita faixa de terras cercadas por desertos: a água.

O Rio nilo é a base de tudo. O rio nasce no coração da África, atravessa o deserto e deságua no Mar Mediterrâneo. Era o Nilo que fornecia a água necessária à sobrevivência e ao plantio no Egito. No período das cheias, as águas do rio Nilo transbordavam o leito normal e inundavam as margens, depositando ali uma camada riquíssima de húmus, aproveitada com sabedoria pelos egípcios para o cultivo tão logo o período de enchentes passava.

A arte egípcia refere-se à arte desenvolvida e aplicada pela civilização do antigo Egipto na beira do vale do rio Nilo no Norte de África. Esta manifestação artística teve a sua supremacia na região durante um longo período de tempo, estendendo-se aproximadamente pelos últimos 3.000 anos antes de Cristo e demarcando diferentes épocas que auxiliam na clarificação das diferentes variedades estilísticas adoptadas: Período Arcaico, Império Antigo, Império Médio, Império Novo, Época Baixa, Período ptolemaico e vários períodos intermédios, mais ou menos curtos, que separam as grandes épocas, e que se denotam pela turbulência e obscuridade, tanto social e política como artística. Suas crenças eram tão grandes que eram capazes de mumificar seus deuses. O processo de mumificação era tão complexo, que hoje em dia, por serem tão difíceis, poucos egípcios sabem como mumificar alguém

Na República Árabe do Egito Egito destaca-se, principalmente a questão de serem politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses.

Progressos

Os egípcios obtiveram notáveis progressos nas artes, nos ofícios e em algumas ciências. Confeccionaram habilmente instrumentos, armas e ornamentos em pedra, cobre e ouro. Com o papiro, criaram uma escrita própria, cujos signos eram conhecidos como hieróglifos.

Desenvolveram um sistema eficiente de irrigação, sanearam terras pantanosas, construíram diques, produziram tecidos de linho de qualidade superior a todos os países e reinados da época. Seu sistema de leis era baseado nos costumes, cercado de grande prestígio que mais tarde se impôs ao próprio faraó.

Os egípcios inventaram ainda o primeiro calendário solar da história da humanidade. Ao que tudo indica, basearam o calendário no reaparecimento anual da estrela Sírius, com a divisão do ano em 12 meses e cada mês subdividido em trinta dias cada. Adicionavam cinco dias de festa ao final de cada ano.

No Egito predominava o turismo, a prostituição e o tráfico de drogas.

Arte

A arte egípcia refere-se à arte desenvolvida e aplicada pela civilização do antigo Egipto localizada no vale do rio Nilo no Norte da África. Esta manifestação artística teve a sua supremacia na região durante um longo período de tempo, estendendo-se aproximadamente pelos últimos 3000 anos antes de Cristo e demarcando diferentes épocas que auxiliam na clarificação das diferentes variedades estilísticas adoptadas: Período Arcaico, Império Antigo, Império Médio, Império Novo, Época Baixa, Período ptolemaico e vários períodos intermédios, mais ou menos curtos, que separam as grandes épocas, e que se denotam pela turbulência e obscuridade, tanto social e política como artística. Mas embora sejam reais estes diferentes momentos da história, a verdade é que incutem somente pequenas nuances na manifestação artística que, de um modo geral, segue sempre uma vincada continuidade e homogeneidade.

O tempo e os acontecimentos históricos encarregaram-se de ir eliminando os vestígios desta arte ancestral, mas, mesmo assim, foi possível redescobrir algo do seu legado no século XIX, em que escavações sistemáticas trouxeram à luz obras capazes de fascinar investigadores, coleccionadores e mesmo o olhar amador. A partir do momento em que se decifram os hieróglifos na Pedra de Roseta é possível dar passos seguros a caminho da compreensão da cultura, história, mentalidade, modo de vida e naturalmente da motivação artística dos antigos egípcios.

Mitologia

Mitologia egípcia ou, em sentido lato, religião egípcia refere-se às divindades, mitos e práticas cultuais dos habitantes do Antigo Egipto. Não existiu propriamente uma "religião" egípcia, pois as crenças - frequentemente diferentes de região para região - não era a parte mais importante, mas sim o culto aos deuses, que eram considerados os donos legítimos do solo do Egipto, terra que tinham governado no passado distante.

Religião

Uma das numerosas mesquitas egípcias.

Segundo dados oficiais, 90% dos egípcios são muçulmanos sunitas, 8% são cristãos, e menos de 1% muçulmanos xiitas.

A população cristã egípcia habita sobretudo no sul do país e nas cidades do Cairo e de Alexandria. A maioria destes cristãos pertencem à Igreja Ortodoxa Copta. Outras comunidades cristãs presentes no país são a arménia apostólica, a católica, a grega ortodoxa e a síria ortodoxa. Os protestantes incluem dezesseis denominações. As Testemunhas de Jeová e a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, embora presentes no território, não são reconhecidas pelo estado.

O culto dos mortos

Nos primeiros tempos da história egípcia a possibilidade de uma vida depois da morte estava reservada ao faraó, tendo a partir da V dinastia se verificado uma democratização desta concepção, que passou a abranger toda a população.

Contudo, para permitir o acesso e a continuação nessa vida, era necessário que o corpo estivesse preservado, o que explica o recuso à mumificação.

A mumificação

Anúbis preparando um corpo

Nos primeiros tempos os Egípcios praticaram uma mumificação "natural": os cadáveres era envoltos em peles de animais e enterrados no deserto, onde a secura os conservava.

Progressivamente desenvolveram uma mumificação artificial que atingiu a perfeição no Império Novo.

Os trabalhos de embalsamento era realizados na margem ocidental do Nilo, longe das habitações, em tendas e depois em salas conhecidas como "Belas Casas" ou "Casas da Purificação".

Os trabalhos eram vigiados por sacerdotes que usavam máscaras que reproduziam a cabeça de Anúbis, deus dos mortos.

Depois de velado pelo falecido, a família encontrava-se com os embalsamadores que mostravam os vários tipos de mumificação. Uma vez escolhido o modelo, conforme as possibilidades económicas da família, os profissionais começavam o trabalho.

Conhece-se hoje o processo de embalsamento graças ao relato de Heródoto, já que os Egípcios não deixaram qualquer tipo de descrição sobre esta técnica. No essencial a ciência moderna confirmou o relato.

Segundo o historiador grego a técnica mais nobre que pretendia reproduzir o embalsamento que tinha sido feito sobre Osíris, começava com a extracção do cérebro pelas narinas, com a ajuda de um gancho de ferro. Com uma faca de pedra da Etiópia fazia-se um corte na ilharga, por onde se retiravam os intestinos. A cavidade abdominal era limpa e lavada com vinho de palma e com substâncias aromáticas. O ventre era enchido com uma mistura de mirra e canela, sendo cozido. O cadáver era depois mergulhado num banho de natrão (silicato de soda e alumínio), onde permanecia durante setenta dias; a partir do Império Médio sabe-se que os profissionais recorreram ao pó de natrão, que se achava num vale desértico. Terminado este período, o corpo era lavado e envolto em faixas de pano revestidas com resinas. Começava-se pelos dedos das mãos e dos pés, seguindo-se o envolvimento das extremidades, do tronco e da cabeça. Fazia depois um envolvimento geral de cima para baixo e outro de baixo para cima. Durante todo este processo eram recitadas fórmulas mágicas e colocados amuletos entre as faixas, como o Olho de Hórus e o "nó de Ísis". O corpo era então entregue aos familiares, que o colocavam num caixão que com a forma do corpo humano.

Outra técnica de embalsamento não retirava os órgãos internos, limitando-se a injectar pela boca óleo de cedro, tapando-se a boca. O corpo era depois colocado no banho de natrão, onde permanecia também setenta dias. Terminado este período, retirava-se do banho e deixava-se sair o óleo, dissolvendo as vísceras. A terceira técnica injectava um purgante que limpava os intestinos e colocava o corpo no banho de natrão. Os mais pobres limitavam-se a enterrar os seus embrulhando os corpos nas peles dos animais e enterrando-os nas areias.

Os órgãos que tinha sido retirados do corpo (intestino, fígado, estômago e pulmões) eram mumificados à parte e colocados cada um em vasos especiais, denominados hoje em dia como canopos.

O funeral

Um grupo de carpideiras. Túmulo de Ramosé, XVIII Dinastia

Uma vez terminado o processo de embalsamento a família era notificada para o início do funeral. O cortejo fúnebre começava colocando-se o caixão com a múmia num carro puxado por bois, acompanhado por familiares, amigos, sacerdotes e carpideiras contratadas para o efeito, que usavam roupas desalinhadas e arrancavam os cabelos. Os escravos levavam roupas, jóias, cosméticos e móveis que o defunto utilizaria na sua nova habitação. Levavam também os vasos canopos e uma caixa que continha chauabtis, umas figurinhas mágicas que serviriam o morto no Além. A múmia era transportada num barco para a margem ocidental do Nilo, local onde se encontravam os túmulos (o ocidente estava associado à morte no pensamento egípcio, devido a ser o lado onde se põe o sol).

Frente ao túmulo a múmia era erguida e os sacerdotes procediam à "cerimónia da abertura da boca" graças à qual se acreditava poder devolver ao defunto a sua capacidade de comer, beber e falar. A múmia era depois colocada no caixão e no sarcófago e na câmara funerária. Os objectos que tinham sido trazidos eram colocados no túmulo para que o defunto pudesse fazer uso deles quando entendesse. O túmulo era depois selado e no exterior decorria um banquete. Deve ser salientado que esta descrição refere-se às classes mais economicamente favorecidas; os pobres tentavam imitar estas cerimónias.

Os túmulos

Estela da falsa porta do escriba Mery, IV Dinastia. Museu do Louvre.

Os túmulos eram para os Egípcios o ponto de encontro entre o mundo dos vivos e o dos mortos. Para estes últimos passaria também a ser a sua nova e eterna morada. Por esta razão, a construção do túmulo começava ainda durante a vida da pessoa.

As mastabas, utilizadas como túmulos por reis e por nobres, são o primeiro tipo de construção funerária do Antigo Egipto a salientar. Eram compostas por uma parte subterrânea, onde estava a câmara funerária com o defunto, à qual se acedia por um poço. A parte exterior apresentava uma forma retangular, com paredes em adobe ligeiramente inclinadas, onde existia uma capela.

As pirâmides tiveram a sua máxima expressão como túmulo real durante o Império Antigo. A primeira pirâmide conhecida é a pirâmide de degraus do rei Djoser. Foi na época da IV Dinastia que se construiram as três famosas pirâmides de Guiza (ou Gizé, segundo o galicismo popularizado na língua portuguesa). Os reis do Império Novo abandonaram o hábito de construir pirâmides, optando por mandar escavar os seus túmulos nas montanhas do Vale dos Reis (hipogeus).

Os particulares que tinham posses recorreram também às mastabas e aos hipogeus.

Na parede da capela funerária dos túmulos encontrava-se a chamada "estela da falsa porta" que era uma imitação em pedra, madeira ou em pintura de uma porta. Acreditava-se que esta porta permitia ao ba do falecido aceder aos alimentos e bebidas que tinham sido colocados na mesa de oferendas que existia na capela e levá-los ao ka. O ba não levava fisicamente os alimentos, mas sim a essência destes. Os filhos do falecido, responsáveis por abastecer regularmente esta mesa. Para garantir que o ba não ficasse sem alimentos, pintavam-se nas paredes as mesas de oferendas com os alimentos ou escreviam-se em hieróglifos as oferendas. Bastava nestes casos o defunto ler o nome das oferendas para poder desfrutar delas.

O julgamento dos mortos

Pesagem das almas no Livro dos Mortos. O coração é pesado contra a pluma da verdade, enquanto o monstro Ammut espera para devorar o coração se necessário.
Pormenor de uma pesagem das almas

O morto chegaria a uma grande sala de justiça, onde para além de Deus Osíris, estavam quarenta e dois juízes com cabeça de animal e uma faca na mão. O morto fazia então a chamada "confissão negativa" através da qual proclamava não ter roubado, matado, cometido adultério, etc. O seu coração era colocado sobre uma balança e pesado contra uma pena, o símbolo de Maet. Se tivesse o mesmo peso era considerado inocente; em caso contrário seria lançado a Ammut, um monstro que era parte leão, parte hipopótamo e parte crocodilo, que devorava o coração. A alma justa entrava num local idílico; para os habitantes do Delta esse local eram os Campos Elíseos (Sekhet-hetepet), onde a Primavera era eterna. Os mortos teriam uma vida agradável, desempenhando a mesma função que tinham na terra.









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