terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Dica de Filme

Filmes que assisti recentemente e que recomendo:































Sinopse

Kevin Flynn (Jeff Bridges) é um gênio da informática que, um dia, desapareceu sem deixar vestígios. Seu filho Sam (Owen Best), na época com sete anos, é criado pelos avós e a empresa de Flynn, a Encom, é gerenciada pelos demais acionistas. Já com 27 anos, Sam não quer assumir o controle da empresa e prefere boicotá-la uma vez por ano. Um dia o braço direito de seu pai, Alan Bradley (Bruce Boxleitner), recebe um bipe, o que faz com que Sam vá até o local onde Kevin tinha uma série de consoles de videogame. Lá Sam encontra uma passagem secreta, que o leva a uma câmara onde está o último trabalho de seu pai. Sam o aciona e é levado a outro mundo, tecnológico, habitado por programas de computação
































Burlesque é um filme de gênero musical, indicado a três Globos de Ouro, que marca a estréia da cantora Christina Aguilera como atriz. Também marca o retorno da cantora, atrize ganhadora do Oscar, Cher, como protagonista de um filme desde Stuck on You, de 2003, e Tea with Mussolini (br: Chá com Mussolini), de 1999. O filme estreou em 24 de novembro nos Estados Unidos, 30 de Dezembro em Portugal e só chega em 11 de fevereiro no Brasil.

O filme conta com Stanley Tucci (Nigel, de O Diabo Veste Prada), Peter Gallagher (da sérieThe O.C.), Eric Dane (da série Grey's Anatomy), Cam Gigandet (que também participou do filme Crepúsculo) e Kristen Bell (da série Veronica Mars).

Sinopse

A história é centrada numa jovem (Aguilera) que tenta escapar de seu passado vazio e se vê realizando performances numa moderna e exótica boate burlesca de Los Angeles.

Cher será Tess, a dona da boate que dará a primeira oportunidade à personagem de Aguilera. Bell viverá Nikki, dançarina famosa da boate que se torna a maior rival de Aguilera.

'Burlesque' terá 12 números de música e dança, em entrevista, Cher disse que cantará duas músicas no filme, sendo uma delas a performance de abertura.

Peter Gallagher que já atuou ao lado de Cher há quase 20 anos no filme de Robert Altman chamado The Player, fará o papel do ex-marido de Cher e seu parceiro nos negócios do clube burlesco.




























Cisne Negro surpreende, assusta e seduz com arte e pesadelo

A simples menção do nome Darren Aronofsky faz qualquer cinéfilo tremer de excitação. Com apenas cinco longas no currículo, o diretor americano nascido no Brooklyn já possui uma sólida carreira de prestígio quase incontestável entre público e crítica. Depois de levar o Leão De Ouro por seu trabalho anterior, “O Lutador”, Aronofsky retorna com uma obra que aborda a fragilidade da mente humana e a perturbadora ambição que a move em busca de um sonho. “Cisne Negro”, que já acumula mais de 20 prêmios ao redor do mundo, além de concorrer em cinco categorias no Oscar 2011, é um misto de sonho e realidade que surpreende, assusta e seduz.

Desde o início é possível deduzir no que o filme se tornará no decorrer de sua trama: um pesadelo. Ambientado nos bastidores do prestigiado New York City Ballet, a trama gira em torno de Nina (Natalie Portman, aposta certa para o Oscar de Melhor Atriz), uma bailarina que se vê diante da chance de interpretar o papel principal em uma montagem de “O Lago dos Cisnes”, de Piotr Ilitch Tchaikovsky.

Insegura e sem amigos, Nina vive exclusivamente para a dança, sempre limitada à superproteção de sua mãe (a sumida Barbara Hershey, de “A Última Tentação De Cristo”). Pressionada por seu mentor e coreógrafo Thomas (Vincent Cassel, de “À Deriva”), Nina terá sua competência posta em xeque: sua fragilidade comprometeria a interpretação do papel que almeja, a Rainha dos Cisnes, visto que teria que interpretar simultaneamente o cisne branco (símbolo da pureza e ingenuidade) e o cisne negro (metáfora para a malícia, sensualidade e maldade).

O pesadelo da bailarina toma forma na figura de duas colegas de profissão: a veterana Beth (competente aparição de Winona Ryder), que foi forçada a abandonar a equipe por conta da idade, e a novata sedutora Lily (impressionante atuação de Mila Kunis, da série “That 70′s Show”). Enquanto Beth ilustra passado e futuro, Lily personifica o inimigo interno de Nina no presente.

Na busca pela perfeição e na tentativa de provar a Thomas que é capaz de expor seu lado mais selvagem, Nina é conduzida de tal forma pelo papel que interpreta que não consegue perceber os limites entre sonho e realidade, que começam a definir sua vida. Aos poucos, seu destino se sobrepõe ao enredo de “O Lago Dos Cisnes”. Seu lado negro, exemplificado pela essência de sua feminilidade, aflora e toma conta de sua personalidade sem que ela consiga controlá-lo. Dá-se inicio a uma metamorfose (física, mental, imaginativa, real, ou todas ao mesmo tempo) que conduzirá a protagonista a conflitos que levarão, personagens e plateia, a um destino perturbador.

Natalie Portman, a alma do filme, brilha grandiosamente neste papel que lhe exigiu esforço intenso em conhecimento, aprimoração e domínio das técnicas de dança. Foram quase 12 meses de preparo para que a atriz conseguisse expor, de maneira plausível, o retrato de uma bailarina devorada pela ambição. A atriz, que já havia sido indicada ao Oscar pelo seu papel coadjuvante em “Closer – Perto Demais”, dificilmente sairá da cerimônia deste ano sem a estatueta de Melhor Atriz em mãos. “Cisne Negro” concorre ainda nas categorias de Melhor Filme, Diretor, Fotografia e Edição – reconhecimento mais que merecido. Lamenta-se apenas a Academia não ter indicado a avassaladora atuação de Mila Kunis como coadjuvante.

Aronofsky arquiteta uma trama de padrões narrativos complexos, cujo ritmo é determinado pela constante mudança entre sonho e realidade, que tornam o filme uma experiência sensorial inebriante. O estilo visual de “Cisne Negro” se molda por cortes rápidos, movimentos vertiginosos de câmera e close-ups espetaculares que promovem uma assombrosa harmonia entre o que se vê, o que se ouve e o que se sente na tela. Enquanto os olhos são paralisados pela beleza da composição cênica (principalmente a cena em que Nina dança e se “transforma” em cisne), os ouvidos são tomados pela penetrante trilha sonora – que utiliza trechos da peça de Tchaikosvky, música eletrônica dos Chemical Brothers e as composições de Clint Mansell, parceiro tradicional de Aronofsky.

É possível sentir na pele cada arranhão, cada sangramento, cada ferida a cicatrizar no corpo da personagem. À medida em que cresce a paranóia de Nina, cresce o interesse do espectador pelo desfecho da trama.

Ao optar por elucidar as artimanhas do roteiro através de imagens e não por palavras, como usualmente acontece em Hollywood, o diretor convida o público a apreciar a loucura e a sensatez de sua protagonista sem propor julgamentos. “Cisne Negro” é construído sobre a ambiguidade e reside aí seu maior atrativo. Darren Aronofsky monta espelhos e materializa ilusões que promovem excitação, curiosidade, medo e angústia a quem se propor imergir completamente em sua história. Cenas que se mostram inofensivas revelam-se brutais e momentos de extremo impacto psicológico acabam por prestar-se inspiradores.

Depois da recepção morna do fantasioso “A Fonte Da Vida” (2006) e de toda a badalação em torno de “O Lutador” (2008), o cineasta adota um estilo narrativo que aproxima “Cisne Negro” de seus primeiros trabalhos: assim como em “Pi” (1998) e “Requiem Para Um Sonho” (2000), o espectador não conseguirá sair indiferente ao final da sessão. Seja pelo impacto do desfecho, seja pela pressão psicológica compartilhada com os personagens, o lado branco ou o lado negro do cisne interior que cada um carrega em si será convidado a se manifestar.

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